O Inventário Neuropsiquiátrico (NPI) é uma ferramenta essencial na avaliação de distúrbios comportamentais em pacientes com diversas condições neurológicas e psiquiátricas. Desenvolvido por Cummings et al. em 1994, o NPI oferece uma abordagem abrangente e eficiente para identificar e quantificar comportamentos perturbadores, facilitando o manejo clínico e a pesquisa científica.
Estrutura
O NPI abrange uma ampla gama de distúrbios comportamentais, investigando especificamente delírios, alucinações, disforia, ansiedade, agitação/agressividade, euforia, desinibição, irritabilidade, apatia e atividade motora aberrante. Cada um desses domínios comportamentais é avaliado com base em respostas fornecidas por um cuidador familiarizado com o comportamento do paciente, assegurando que a avaliação seja informada e precisa.
A administração do NPI é relativamente rápida, focando apenas nos domínios comportamentais que apresentaram respostas positivas às questões iniciais. Para cada comportamento identificado, são determinadas a frequência e a gravidade, permitindo uma avaliação detalhada do impacto do distúrbio comportamental na vida do paciente e de seu cuidador.
Estudos de Validação
Desde sua criação, o NPI foi amplamente validado em diversas populações e contextos clínicos. O estudo original de Cummings et al. (1994) estabeleceu a confiabilidade e a validade do NPI em uma amostra de pacientes com demência, demonstrando sua capacidade de identificar com precisão uma ampla gama de comportamentos neuropsiquiátricos.
Subsequentes estudos de validação têm corroborado esses achados, estendendo a aplicabilidade do NPI a diferentes condições neurológicas, incluindo a doença de Alzheimer, Parkinson e outras formas de demência.
Além disso, estudos transculturais têm demonstrado a robustez do NPI em diferentes contextos culturais e linguísticos. Variantes traduzidas e adaptadas do NPI mantiveram sua validade e confiabilidade, como evidenciado por pesquisas em populações chinesas, espanholas e brasileiras, entre outras (Wong et al., 2014; Camozzato et al., 2008).
Referências:
Cummings, J. L., Mega, M., Gray, K., Rosenberg-Thompson, S., Carusi, D. A., & Gornbein, J. (1994). The Neuropsychiatric Inventory: comprehensive assessment of psychopathology in dementia. Neurology, 44(12), 2308-2314.
Wong, A., Cheng, S. T., Lo, E. S., Kwan, P. W., Law, L. S., Chan, A., ... & Mok, V. C. (2014). Validity and reliability of the Chinese version of the Neuropsychiatric Inventory in nursing home residents. International Psychogeriatrics, 26(8), 1431-1440.
Camozzato, A. L., Kochhann, R., Simeoni, C., Konrath, C. A., Pedro, F., Franz, A. P., & Chaves, M. L. (2008). Reliability of the Brazilian Portuguese version of the neuropsychiatric inventory (NPI) for Alzheimer's disease patients and their caregivers. International Psychogeriatrics, 20(2), 383-393.
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