Índice de Barthel
- Grupo de Estudos em Transtornos do Movimento
- 9 de jul.
- 2 min de leitura
O Índice de Barthel foi desenvolvido em 1965 por Dorothea Barthel e Dr. Florence Mahoney, sendo publicado originalmente no Maryland State Medical Journal como uma escala de 0-20 pontos para avaliar a independência funcional em pacientes com distúrbios neuromusculares e musculoesqueléticos. Ao longo dos anos, a escala passou por várias modificações importantes: em 1979, Granger et al. expandiram a pontuação para 0-100 pontos; em 1988, Collin et al. criaram uma versão com incrementos de 1 ponto (0-20); e em 1989, Shah, Vanclay e Cooper introduziram refinamentos adicionais. Essas adaptações visaram melhorar a sensibilidade e aplicabilidade da escala em diferentes contextos clínicos e de pesquisa.
Quanto às propriedades cliniméttricas, o Índice de Barthel demonstra excelente confiabilidade inter-examinador, com coeficiente de correlação intraclasse para escore total de 0,98 (IC 95%, 0,97-0,98) e estatística κ para itens individuais variando de 0,54 a 0,94. A consistência interna é alta, com valores de Cronbach α variando de 0,81 a 0,96 em diferentes populações estudadas. A validade de construto é adequada, apresentando correlações moderadas a altas (ρ = 0,57 a 0,88) com outros instrumentos de funcionamento físico, e boa validade preditiva para tempo de internação, mortalidade hospitalar e destino da alta. Quanto à responsividade, a escala mostra boa sensibilidade a mudanças na capacidade de atividades de vida diária, embora apresente limitações nos extremos de incapacidade devido aos efeitos teto e chão. O erro padrão de medição é de 7,22 pontos, com menor mudança detectável de 20,01 pontos. Apesar dessas características psicométricas robustas, o instrumento apresenta algumas limitações, incluindo foco predominantemente físico sem considerar aspectos psicológicos, heterogeneidade nas diferentes versões disponíveis, e reduzida sensibilidade em populações com funcionalidade muito alta ou muito baixa.
Referências:
dos Reis NF, Figueiredo FCXS, Biscaro RRM, Lunardelli EB, Maurici R. Psychometric Properties of the Barthel Index Used at Intensive Care Unit Discharge. Am J Crit Care. 2022;31(1):65-72.
de Haan R, Limburg M, Schuling J, Broeshart J, Jonkers L, van Zuylen P. [Clinimetric evaluation of the Barthel Index, a measure of limitations in dailly activities]. Ned Tijdschr Geneeskd. 1993;137(18):917-921.
Quinn TJ, Langhorne P, Stott DJ. Barthel index for stroke trials: development, properties, and application. Stroke. 2011;42(4):1146-1151.
Duffy L, Gajree S, Langhorne P, Stott DJ, Quinn TJ. Reliability (inter-rater agreement) of the Barthel Index for assessment of stroke survivors: systematic review and meta-analysis. Stroke. 2013;44(2):462-468.
Zhang W, Low LF, Gwynn JD, Clemson L. Psychometric properties of the Barthel Index for evaluating physical function among Chinese oldest-old. JCSM Clin Rep. 2022;7(1):47.
dos Santos Barros V, Bassi-Dibai D, Guedes CL, et al. Barthel Index is a valid and reliable tool to measure the functional independence of cancer patients in palliative care. BMC Palliat Care. 2022;21(1):124.
Taghizadeh G, Martinez-Martin P, Meimandi M, et al. Barthel index and modified rankin scale: psychometric properties during medication phases in idiopathic Parkinson disease. Ann Phys Rehabil Med. 2020;63(6):500-504.
Mahoney FI, Barthel DW. Functional evaluation: the Barthel Index. Md State Med J. 1965;14:61-65.
Granger CV, Dewis LS, Peters NC, Sherwood CC, Barrett JE. Stroke rehabilitation: Analysis of repeated Barthel index measures. Arch Phys Med Rehabil. 1979;60(1):14-17.
Shah S, Vanclay F, Cooper B. Improving the sensitivity of the Barthel Index for stroke rehabilitation. J Clin Epidemiol. 1989;42(8):703-709.
Comentários