A Escala Clínica de Avaliação do Tremor de Fahn-Tolosa-Marin (FTM), desenvolvida em 1988, é uma ferramenta para avaliar e quantificar a gravidade e o impacto dos tremores. Dividida em três partes principais, a escala aborda a localização e gravidade do tremor, tarefas motoras específicas e a incapacidade funcional resultante do tremor.
A parte A avalia tremores de repouso, posturais e de ação em nove partes do corpo, incluindo tremor ortostático, com uma escala de gravidade que varia de zero (ausência de tremor) a quatro (tremor severo com amplitude superior a quatro centímetros).
A parte B foca na avaliação do tremor durante tarefas motoras específicas dos membros superiores, como escrever e entornar água. A capacidade do paciente de realizar essas tarefas é observada e classificada em uma escala de zero a quatro, onde pontuações mais altas indicam maior dificuldade e comprometimento devido ao tremor. Por exemplo, a capacidade de escrever legivelmente e realizar desenhos é analisada para determinar a precisão e o controle motor.
A parte C avalia o impacto do tremor nas atividades diárias do paciente, como fala, alimentação, vestir-se, higiene pessoal, e participação em atividades sociais e laborais. A gravidade do tremor é medida pelo nível de interferência nas habilidades cotidianas, com uma escala que varia de nenhuma incapacidade a incapacidade total, onde o paciente não consegue realizar a tarefa sem assistência.
A pontuação total para cada parte é calculada separadamente e expressa como uma porcentagem da pontuação máxima possível, com uma pontuação total máxima de 156 pontos. Pontuações mais altas refletem maior severidade e incapacidade devido ao tremor. A escala FTM é uma ferramenta valiosa tanto para a prática clínica quanto para pesquisas, proporcionando uma avaliação detalhada e quantitativa que facilita melhores estratégias de manejo e tratamento para pacientes com distúrbios de tremor.
Desenhos da Parte B:
Fahn S, Tolosa E, Marín C. Clinical rating scale for tremor. In: Jankovic J, Tolosa E, eds. Parkinson's disease and movement disorders. Baltimore: Williams & Wilkins, 1993 (2nd ed): 271-280.
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