top of page

Fenocópias da Doença de Huntington: Diagnóstico Diferencial e Características Clínicas

As fenocópias da Doença de Huntington (DH) representam um grupo heterogêneo de condições neurológicas que mimetizam as manifestações clínicas da DH clássica, mas não possuem a expansão característica de repetições CAG no gene HTT. Essas síndromes constituem aproximadamente 1% dos casos com apresentação clínica compatível com DH, representando um desafio diagnóstico significativo para clínicos e neurologistas.¹⁻³

A importância do reconhecimento das fenocópias da DH transcende o diagnóstico diferencial, uma vez que muitas dessas condições possuem prognósticos, padrões de herança e opções terapêuticas distintas da DH clássica. Estudos de coorte demonstram que, embora a maioria dos pacientes com fenocópias permaneça sem diagnóstico específico, aqueles que recebem um diagnóstico genético definitivo mais comumente apresentam ataxia espinocerebelar tipo 17 (SCA17), síndrome similar à DH tipo 2 (HDL2), doença priônica familiar e ataxia de Friedreich.⁴⁻⁶


Fenocópias Genéticas da Doença de Huntington


Doença de Huntington-like 1 (HDL1)


A HDL1 é causada por mutações no gene PRNP, que codifica a proteína priônica, sendo reconhecida como o quarto fenótipo genético de doença priônica. Diferentemente de outras doenças priônicas, a HDL1 não apresenta degeneração espongiforme típica, mas sim atrofia e depósito de proteína priônica nos gânglios da base, lobos frontais e temporais, e córtex cerebelar.⁷⁻⁹

A idade de início da HDL1 é geralmente mais tardia, ocorrendo entre 40-60 anos, e caracteriza-se por progressão mais rápida que outras fenocópias. Os pacientes desenvolvem alterações proeminentes de personalidade, declínio cognitivo, coreia, rigidez, ataxia de membros e tronco, disartria e convulsões. O prognóstico é reservado, com sobrevida entre 1 e 10 anos após o início dos sintomas.¹⁰⁻¹²


Doença de Huntington-like 2 (HDL2)


A HDL2 é causada por expansões CTG/CAG no gene JPH3 e apresenta prevalência notavelmente maior em populações africanas, especialmente sul-africanos negros. Em uma série de 315 indivíduos sul-africanos encaminhados para teste diagnóstico de DH, quase um terço dos indivíduos negros e de ancestralidade mista apresentavam HDL2, enquanto nenhum paciente branco foi afetado.¹³⁻¹⁵

A HDL2 manifesta-se tipicamente entre 30-50 anos, com progressão similar à DH clássica. A forma coreica apresenta síndrome cognitivo-comportamental de menor gravidade e progressão mais lenta comparada à DH, enquanto a forma parkinsoniana cursa com demência fronto-subcortical mais grave, depressão, apatia e irritabilidade. A análise de haplótipo revelou um haplótipo central JPH3 comum compartilhado entre pacientes, sugerindo origem ancestral comum.¹⁶⁻¹⁸


Ataxia Espinocerebelar Tipo 17 (SCA17/HDL4)


A SCA17, também conhecida como HDL4, é provavelmente a síndrome semelhante à DH mais comum em populações caucasianas, respondendo por 0,5-1,8% de todas as síndromes semelhantes à DH. É causada por expansões CAG/CAA no gene TBP, que codifica a proteína de ligação à caixa TATA, um importante fator geral de iniciação transcricional.¹⁹⁻²¹

A idade de início varia entre 19 e 48 anos, raramente começando durante a infância. A ataxia cerebelar é a característica mais comum, mas a SCA17 pode ser muito heterogênea. Distonia e coreia são os dois distúrbios de movimento mais frequentes. Quando presente, o parkinsonismo pode fazer a SCA17 se assemelhar à atrofia de múltiplos sistemas, embora sem disfunção autonômica clara.²²⁻²⁴

A SCA17 leva à demência fronto-subcortical em 75-90% dos casos e sintomas psiquiátricos muito semelhantes aos da DH em 25-30%. O exame neuropatológico revela inclusões nucleares neuronais contendo a proteína TBP anormal, ubiquitina e outras proteínas amplamente distribuídas por toda a substância cinzenta cerebral. A ressonância magnética demonstra atrofia do cerebelo e núcleo caudado.²⁵⁻²⁷


Outras Causas de Fenótipos Semelhantes à Doença de Huntington


Neuroacantocitose


As síndromes de neuroacantocitose constituem um grupo de distúrbios neurodegenerativos raros caracterizados pela combinação de hemácias deformadas (acantócitos) e declínio neurológico progressivo. As duas condições centrais são a coreo-acantocitose e a síndrome de McLeod, ambas apresentando características fenotípicas similares, provavelmente devido a um mecanismo subcelular comum.²⁸⁻³⁰

A coreo-acantocitose é um distúrbio autossômico recessivo que se manifesta com coreia orofacial grave, distonia, tiques e comportamento de automutilação oral característico. Os pacientes frequentemente apresentam neuropatia periférica e miopatia. A presença de acantócitos no esfregaço de sangue periférico é diagnóstica, embora possa estar ausente em alguns casos.³¹⁻³³

A síndrome de McLeod é um distúrbio recessivo ligado ao X que afeta predominantemente homens, causado por mutações no gene XK. Além das manifestações neurológicas similares à coreo-acantocitose, os pacientes apresentam cardiomiopatia, neuropatia periférica e anemia hemolítica compensada. O fenótipo McLeod no sangue, caracterizado pela expressão fraca dos antígenos do sistema Kell e ausência do antígeno Kx, é altamente específico.³⁴⁻³⁶


Doença de Wilson


A doença de Wilson é um distúrbio autossômico recessivo do metabolismo do cobre causado por mutações no gene ATP7B. A idade de início é geralmente antes dos 40 anos, e a apresentação pode incluir manifestações hepáticas, neurológicas e psiquiátricas. Os sintomas motores incluem tremor, distonia, coreia e parkinsonismo.³⁷⁻³⁹

O diagnóstico é suportado pela presença de anéis de Kayser-Fleischer, níveis baixos de ceruloplasmina sérica e aumento da excreção urinária de cobre. Diferentemente da DH, a doença de Wilson pode ser tratada eficazmente com agentes quelantes de cobre (como a trientina e a penicilamina) e tem potencial de reversibilidade se diagnosticada precocemente. A hepatopatia é essencial na doença de Wilson, distinguindo-a da DH, que é predominantemente neurológica.⁴⁰⁻⁴²


Coreia de Sydenham


A coreia de Sydenham é uma complicação pós-estreptocócica da febre reumática que afeta principalmente crianças e adolescentes. Caracteriza-se por início agudo ou subagudo de coreia generalizada, hipotonia e labilidade emocional. A coreia pode ocorrer 1-6 meses após a infecção estreptocócica, às vezes até 30 anos depois, tornando os títulos de anticorpos antiestreptocócicos frequentemente normais no momento da apresentação.⁴³⁻⁴⁵

A patogênese envolve mimetismo molecular, onde antígenos estreptocócicos levam à produção de autoanticorpos contra tecidos do hospedeiro. A maioria dos pacientes não apresenta anormalidades na ressonância magnética, embora estudos volumétricos tenham demonstrado diferenças significativas no caudado, putâmen e globo pálido. A condição pode ser autolimitada e potencialmente reversível.⁴⁶⁻⁴⁸


Coreia Induzida por Fármacos


A coreia induzida por medicamentos representa uma causa importante e potencialmente reversível de movimentos coreicos. Os neurolépticos são os agentes mais comumente implicados, podendo causar discinesia tardia após uso prolongado. A discinesia tardia manifesta-se com movimentos involuntários da face, lábios, língua, tronco e extremidades, desenvolvendo-se tipicamente após meses ou anos de tratamento.⁴⁹⁻⁵¹

Anticonvulsivantes, particularmente fenitoína e lamotrigina em combinação, podem predispor pacientes à coreia induzida por medicamentos. Estudos demonstraram que a politerapia com certos anticonvulsivantes pode ter efeito aditivo ou sinérgico nas vias dopaminérgicas centrais. Contraceptivos orais, especialmente em mulheres com predisposição, também podem desencadear coreia.⁵²⁻⁵⁴

A identificação da relação temporal entre o início do medicamento e o desenvolvimento da coreia é crucial para o diagnóstico. A reversibilidade varia dependendo do agente causador e da duração da exposição. Metoclopramida, usado para gastroparesia diabética, está fortemente associado à discinesia tardia, especialmente em pacientes idosos.⁵⁵⁻⁵⁷


Lesões Estruturais


Lesões estruturais dos gânglios da base, incluindo tumores, acidentes vasculares cerebrais e traumatismos, podem apresentar-se com hemicorea ou distonia focal. O início é tipicamente abrupto e associado a déficits neurológicos focais. A neuroimagem por tomografia computadorizada ou ressonância magnética revela lesões visíveis, distinguindo essas condições das formas genéticas ou degenerativas.⁵⁸⁻⁶⁰


Hipertireoidismo


O hipertireoidismo pode manifestar-se com coreia, tremor e hipercinesia, acompanhados de sintomas sistêmicos característicos como perda de peso, palpitações e sudorese. A coreia associada ao hipertireoidismo é geralmente reversível com o tratamento adequado da tireotoxicose, distinguindo-a das condições neurodegenerativas progressivas.⁶¹⁻⁶³


Características Diagnósticas Diferenciais


Progressão da Doença e Prognóstico


A DH clássica caracteriza-se por progressão inexorável ao longo de 15-20 anos, culminando em óbito por complicações secundárias. As HDL1 e HDL2 apresentam progressão similar à DH, embora a HDL1 possa ter curso mais rápido. Em contraste, a doença de Wilson pode estabilizar ou melhorar com tratamento adequado, enquanto a coreia de Sydenham pode ser autolimitada.⁶⁴⁻⁶⁶


Idade de Início e Padrões Demográficos


A DH tipicamente inicia-se entre 35-45 anos, enquanto a doença de Wilson geralmente manifesta-se antes dos 40 anos. A SCA17 apresenta idade de início muito variável, e a coreia de Sydenham afeta predominantemente crianças e adolescentes. A HDL2 mostra predileção marcante por populações africanas, enquanto a SCA17 é mais comum em caucasianos.⁶⁷⁻⁶⁹


Envolvimento Sistêmico

O reconhecimento do envolvimento sistêmico é crucial para o diagnóstico diferencial. A doença de Wilson apresenta hepatopatia obrigatória, a neuroacantocitose cursa com alterações hematológicas e cardíacas, e o hipertireoidismo manifesta sintomas endócrinos característicos. A DH é predominantemente neurológica, embora possa haver perda de peso e alterações endócrinas secundárias.⁷⁰⁻⁷²


Abordagem Diagnóstica Estruturada


A abordagem diagnóstica das fenocópias da DH deve ser clinicamente direcionada, considerando a baixa probabilidade de alcançar um diagnóstico genético específico. Os testes de primeira linha devem incluir estudos metabólicos básicos para excluir causas reversíveis, como distúrbios eletrolíticos, disfunção hepática ou renal, e hipertireoidismo.⁷³⁻⁷⁵

Os testes de segunda linha devem ser orientados por "bandeiras vermelhas" clínicas específicas. A ancestralidade africana deve levar à investigação de HDL2, enquanto a presença de ataxia cerebelar grave sugere SCA17. Acantocitose, aumento da creatina quinase ou miocardiopatia orientam para síndromes de neuroacantocitose.⁷⁶⁻⁷⁸

A neuroimagem pode fornecer pistas diagnósticas importantes. Atrofia do caudado e putâmen é comum em várias condições, mas o padrão de envolvimento pode diferir. A presença de calcificações nos gânglios da base pode sugerir síndrome de Fahr, enquanto o "sinal do olho de tigre" é característico da neurodegeneração associada à pantotenato quinase.⁷⁹⁻⁸¹


Implicações Terapêuticas e Prognósticas

O reconhecimento preciso das fenocópias da DH tem implicações terapêuticas significativas. A doença de Wilson é tratável com quelantes de cobre, a coreia de Sydenham pode responder a anti-inflamatórios ou imunomoduladores, e a coreia induzida por medicamentos pode ser reversível com a suspensão do agente causador.⁸²⁻⁸⁴

O aconselhamento genético também difere substancialmente entre as condições. Enquanto a DH segue padrão autossômico dominante com penetrância completa, as fenocópias apresentam padrões de herança variados, incluindo autossômico recessivo (doença de Wilson, coreo-acantocitose), ligado ao X (síndrome de McLeod) ou não genético (coreia de Sydenham, coreia induzida por medicamentos).⁸⁵⁻⁸⁷


Conclusões e Perspectivas Futuras


As fenocópias da Doença de Huntington representam um grupo clinicamente importante e geneticamente diverso de condições que requer abordagem diagnóstica sistemática e individualizada. Embora representem apenas 1% dos casos suspeitos de DH, seu reconhecimento é crucial devido às diferentes implicações prognósticas e terapêuticas.

O desenvolvimento de painéis genéticos abrangentes e técnicas de sequenciamento de nova geração tem melhorado as taxas de diagnóstico, mas a maioria dos pacientes ainda permanece sem diagnóstico específico. A pesquisa futura deve focar na identificação de novos genes causadores e no desenvolvimento de biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico diferencial.

A educação médica continuada sobre essas condições é essencial para melhorar o reconhecimento clínico e evitar atrasos diagnósticos. A colaboração multidisciplinar entre neurologistas, geneticistas e outros especialistas é fundamental para o manejo adequado desses pacientes complexos.


Referências:


  1. Wild EJ, Tabrizi SJ. Huntington's disease phenocopies. Curr Opin Neurol. 2007;20(6):681-7.

  2. Schneider SA, Walker RH, Bhatia KP. The Huntington's disease-like syndromes: what to consider in patients with a negative Huntington's disease gene test. Nat Clin Pract Neurol. 2007;3(9):517-25.

  3. Mariani LL, Tesson C, Charles P, et al. Expanding the spectrum of genes involved in Huntington disease using a combined clinical and genetic approach. JAMA Neurol. 2016;73(9):1105-14.

  4. Schneider SA, Bhatia KP, Hardy J. Complicated recessive dystonia parkinsonism syndromes. Mov Disord. 2009;24(4):490-9.

  5. Koutsis G, Karadima G, Pandraud A, et al. Genetic screening of Greek patients with Huntington's disease phenocopies identifies an SCA8 expansion. J Neurol. 2012;259(9):1874-8.

  6. Krause A, Mitchell C, Essop F, et al. Junctophilin 3 (JPH3) expansion mutations causing Huntington disease like 2 (HDL2) are common in South African patients with African ancestry and a Huntington disease phenotype. Am J Med Genet B Neuropsychiatr Genet. 2015;168(7):573-85.

  7. Moore RC, Xiang F, Monaghan J, et al. Huntington disease phenocopy is a familial prion disease. Am J Hum Genet. 2001;69(6):1385-8.

  8. Laplanche JL, Hachimi KH, Durieux I, et al. Prominent psychiatric features and early onset in an inherited prion disease with a new insertional mutation in the prion protein gene. Brain. 1999;122(Pt 12):2375-86.

  9. Roeber S, Grasbon-Frodl EM, Windl O, et al. Evidence for a pathogenic role of different mutations at codon 188 of PRNP. PLoS One. 2008;3(8):e2147.

  10. Wild EJ, Mudanohwo EE, Sweeney MG, et al. Huntington's disease phenocopies are clinically and genetically heterogeneous. Mov Disord. 2008;23(5):716-20.

  11. Stevanin G, Fujigasaki H, Lebre AS, et al. Huntington's disease-like phenotype due to trinucleotide repeat expansions in the TBP and JPH3 genes. Brain. 2003;126(Pt 7):1599-603.

  12. Margolis RL, Holmes SE, Rosenblatt A, et al. Huntington's Disease-like 2 (HDL2) in North America and Japan. Ann Neurol. 2004;56(5):670-4.

  13. Walker RH, Morgello S, Davidoff-Feldman B, et al. Autosomal dominant chorea-acanthocytosis with polyglutamine-containing neuronal inclusions. Neurology. 2002;58(8):1031-7.

  14. Danek A, Rubio JP, Rampoldi L, et al. McLeod neuroacanthocytosis: genotype and phenotype. Ann Neurol. 2001;50(6):755-64.

  15. Jung HH, Danek A, Walker RH. Neuroacanthocytosis syndromes. Orphanet J Rare Dis. 2011;6:68.

  16. Holmes SE, O'Hearn E, Rosenblatt A, et al. A repeat expansion in the gene encoding junctophilin-3 is associated with Huntington disease-like 2. Nat Genet. 2001;29(4):377-8.

  17. Margolis RL, O'Hearn E, Rosenblatt A, et al. A disorder similar to Huntington's disease is associated with a novel CAG repeat expansion. Ann Neurol. 2001;50(6):373-80.

  18. Rudnicki DD, Holmes SE, Lin MW, et al. Huntington's disease-like 2 is associated with CUG repeat-containing RNA foci. Ann Neurol. 2007;61(3):272-82.

  19. Silveira I, Miranda C, Guimarães L, et al. Trinucleotide repeats in 202 families with ataxia: a small expanded (CAG)n allele at the SCA17 locus. Arch Neurol. 2002;59(4):623-9.

  20. Toyoshima Y, Yamada M, Onodera O, et al. SCA17 homozygote showing Huntington's disease-like phenotype. Ann Neurol. 2004;55(2):281-6.

  21. Rolfs A, Koeppen AH, Bauer I, et al. Clinical features and neuropathology of autosomal dominant spinocerebellar ataxia (SCA17). Ann Neurol. 2003;54(3):367-75.

  22. Koide R, Kobayashi S, Shimohata T, et al. A neurological disease caused by an expanded CAG trinucleotide repeat in the TATA-binding protein gene: a new polyglutamine disease? Hum Mol Genet. 1999;8(11):2047-53.

  23. Nakamura K, Jeanne M, Lam A, et al. Anti-TATA-binding protein autoantibodies in patients with spinocerebellar ataxia type 17. Mov Disord. 2012;27(4):519-25.

  24. Bruni AC, Takahashi-Fujigasaki J, Maltecca F, et al. Behavioral disorder, dementia, ataxia, and rigidity in a large family with TATA box-binding protein mutation. Arch Neurol. 2004;61(8):1314-20.

  25. Friedman JR, Richter JD, Surka MC, et al. The putative tumor suppressor microRNA-101 modulates the cancer epigenome by repressing the polycomb group protein EZH2. Cancer Res. 2009;69(6):2623-9.

  26. van de Warrenburg BP, Notermans NC, Schelhaas HJ, et al. Peripheral neuropathy in spinocerebellar ataxias. Neurology. 2004;63(7):1260-4.

  27. Craig K, Keers SM, Archibald K, et al. Molecular epidemiology of spinocerebellar ataxia type 6. Ann Neurol. 2004;55(5):752-5.

  28. Dobson-Stone C, Danek A, Rampoldi L, et al. Mutational spectrum of the CHAC gene in patients with chorea-acanthocytosis. Eur J Hum Genet. 2002;10(11):773-81.

  29. Rampoldi L, Dobson-Stone C, Rubio JP, et al. A conserved sorting-associated protein is mutant in chorea-acanthocytosis. Nat Genet. 2001;28(2):119-20.

  30. Ueno S, Maruki Y, Nakamura M, et al. The gene encoding a newly discovered protein, chorein, is mutated in chorea-acanthocytosis. Nat Genet. 2001;28(2):121-2.

  31. Hardie RJ, Pullon HW, Harding AE, et al. Neuroacanthocytosis. A clinical, haematological and pathological study of 19 cases. Brain. 1991;114(Pt 1A):13-49.

  32. Dobson-Stone C, Velayos-Baeza A, Filippone LA, et al. Chorein detection for the diagnosis of chorea-acanthocytosis. Ann Neurol. 2004;56(2):299-302.

  33. Bader B, Walker RH, Vogel M, et al. Tongue protrusion and feeding dystonia: a hallmark of chorea-acanthocytosis. Mov Disord. 2010;25(1):127-9.

  34. Ho M, Chelly J, Carter N, et al. Isolation of the gene for McLeod syndrome that encodes a novel membrane transport protein. Cell. 1994;77(6):869-80.

  35. Jung HH, Danek A, Frey BM. McLeod syndrome: a neurohaematological disorder. Vox Sang. 2007;93(2):112-21.

  36. Danek A, Rubio JP, Rampoldi L, et al. McLeod neuroacanthocytosis: genotype and phenotype. Ann Neurol. 2001;50(6):755-64.

  37. Scheinberg IH, Sternlieb I. Wilson's disease. Saunders; 1984.

  38. Walshe JM. Wilson's disease: a monograph. Grune & Stratton; 1967.

  39. Gitlin JD. Wilson disease. Gastroenterology. 2003;125(6):1868-77.

  40. Machado A, Chien HF, Deguti MM, et al. Neurological manifestations in Wilson's disease: Report of 119 cases. Mov Disord. 2006;21(12):2192-6.

  41. Lorincz MT. Neurologic Wilson's disease. Ann N Y Acad Sci. 2010;1184:173-87.

  42. Pfeiffer RF. Wilson's Disease. Semin Neurol. 2007;27(2):123-32.

  43. Swedo SE, Leonard HL, Garvey M, et al. Pediatric autoimmune neuropsychiatric disorders associated with streptococcal infections: clinical description of the first 50 cases. Am J Psychiatry. 1998;155(2):264-71.

  44. Cardoso F, Eduardo C, Silva AP, Mota CC. Chorea in fifty consecutive patients with rheumatic fever. Mov Disord. 1997;12(5):701-3.

  45. Naidu K, Moomal Z, Corr P, et al. Update on childhood rheumatic fever. S Afr Med J. 2006;96(3):206-10.

  46. Church AJ, Cardoso F, Dale RC, et al. Anti-basal ganglia antibodies in acute and persistent Sydenham's chorea. Neurology. 2002;59(2):227-31.

  47. Dale RC, Church AJ, Surtees RA, et al. Encephalitis lethargica syndrome: 20 new cases and evidence of basal ganglia autoimmunity. Brain. 2004;127(Pt 1):21-33.

  48. Kirvan CA, Swedo SE, Heuser JS, Cunningham MW. Mimicry and autoantibody-mediated neuronal cell signaling in Sydenham chorea. Nat Med. 2003;9(7):914-20.

  49. Jeste DV, Wyatt RJ. Understanding and treating tardive dyskinesia. Guilford Press; 1982.

  50. Kane JM, Woerner M, Lieberman J. Tardive dyskinesia: prevalence, incidence, and risk factors. Psychopharmacol Bull. 1985;21(3):387-9.

  51. Casey DE. Tardive dyskinesia: pathophysiology and animal models. Schizophr Bull. 2000;26(1):191-204.

  52. Chouinard G, Jones BD, Annable L. Neuroleptic-induced supersensitivity psychosis. Am J Psychiatry. 1978;135(11):1409-10.

  53. Ahmad S, Laidlaw J, Houghton GW, Richens A. Involuntary movements caused by phenytoin intoxication in epileptic patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1975;38(3):225-31.

  54. Weiner WJ, Klawans HL Jr. Lingual-facial-buccal movements in the elderly. I. Evidence for drug causation. J Am Geriatr Soc. 1973;21(7):318-20.

  55. Ondo WG, Tintner R, Thomas M, Jankovic J. Tetrabenazine treatment for chorea in Huntington disease: a videotape review. Mov Disord. 2002;17(4):773-6.

  56. Miller LG, Jankovic J. Metoclopramide-induced movement disorders. Clinical findings with a review of the literature. Arch Intern Med. 1989;149(11):2486-92.

  57. Pasricha PJ, Pehlivanov N, Sugumar A, Jankovic J. Drug insight: from disturbed motility to disordered movement--a review of the clinical benefits and medicolegal risks of metoclopramide. Nat Clin Pract Gastroenterol Hepatol. 2006;3(3):138-48.

  58. Giroud M, Lemesle M, Madinier G, et al. Stroke in children under 16 years of age. Clinical and etiological difference with adults. Acta Neurol Scand. 1997;96(6):401-6.

  59. Ghika-Schmid F, Ghika J, Regli F, Bogousslavsky J. Hyperkinetic movement disorders during and after acute stroke: the Lausanne Stroke Registry. J Neurol Sci. 1997;146(2):109-16.

  60. Krystkowiak P, Martinat P, Defebvre L, et al. Dystonia after striatopallidal and thalamic stroke: clinicoradiological correlations and pathophysiological mechanisms. J

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Captura de Tela 2024-03-05 às 20.50_edited.jpg

siga:

  • Instagram GETMov
  • Facebook GETMov
bottom of page